Nas Perspectivas Económicas Mundiais (World Economic Outlook) hoje divulgadas, intituladas “O Grande Confinamento”, o FMI prevê para Portugal uma queda de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e uma taxa de desemprego de 13,9%, juntamente com uma deflação de 0,2% e um saldo da conta corrente positivo em 0,3% do PIB.
Em 2019, o crescimento do PIB foi de 2,2% e a taxa de desemprego foi de 6,5%.
Para 2021 o cenário inverte-se, com a instituição liderada pela búlgara Kristalina Georgieva a apontar para uma recuperação de 5% do PIB, uma taxa de desemprego de 8,7%, uma inflação de 1,4% e um saldo da conta corrente a voltar para o negativo, nos 0,4% do PIB.
Estas são as primeiras previsões para Portugal de uma instituição internacional no contexto da pandemia de Covid-19.
A 26 de Março, o Banco de Portugal (BdP) estimou uma queda do PIB nacional de 3,7% num cenário base e de 5,7% num adverso. No que concerne ao desemprego, os economistas do banco central projectaram uma taxa de desemprego de 10,1% em 2020, no cenário base, e de 11,7% no adverso.
Para 2021, o BdP apontou para um crescimento de 0,7% do PIB no cenário base e uma quebra de 1,4% no adverso, e quanto ao desemprego o banco central estimou uma taxa de 9,5% no cenário base e 10,7% no adverso.
O ministro das Finanças afirmou ontem que as estimativas do Governo apontam para uma queda de 6,5% do PIB anual por cada 30 dias úteis em que a economia esteja paralisada devido à Covid-19.
Questionado sobre se a queda do PIB poderá este ano atingir os dois dígitos, devido ao travão à actividade económica imposto pelo surto de Covid-19, Mário Centeno admitiu que no conjunto do ano poderão não se atingir valores dessa magnitude, mas avisou que a queda homóloga no segundo trimestre será “com certeza de quatro a cinco vezes o máximo que alguma vez o PIB caiu num trimestre”. Esse máximo, precisou, foi uma queda de 4,3% registada em 2012.
O maior parceiro comercial de Portugal, a Espanha, deverá apresentar uma recessão de 8% em 2020, tal como Portugal, de acordo com as projecções do FMI, registando depois um crescimento de 4,3% em 2021 (inferior ao português, segundo o FMI).
Já o desemprego espanhol deverá disparar dos 14,1% registados em 2019 para os 20,8% em 2020, abrandando depois para os 17,5% em 2021, de acordo com os números do FMI hoje apresentados.
A economia da zona euro deverá ter uma recessão de 7,5% este ano, de acordo com o FMI, recuperando depois para um crescimento de 4,7%, e a taxa de desemprego agregada dos 19 países deverá subir dos 7,6% para os 10,4%, descendo depois para os 8,9% em 2021.
O FMI prevê que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado “Grande Confinamento” devido à pandemia de Covid-19.
// TRANSPORTES & NEGÓCIOS com Lusa